quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Imprensa: «O Aleph»

«Uma narrativa na primeira pessoa surpreendente, tocante e profundamente espiritual.


O Aleph marca o regresso de Paulo Coelho às suas origens literárias. Num relato pessoal franco e surpreendente, revela como uma grave crise de fé o levou a procurar um caminho de renovação espiritual. Com o fim de recuperar o empenho, a paixão e voltar a entusiasmar-se pela vida, o autor resolve começar tudo de novo: viajar, viver novas experiências, relacionar-se com as pessoas e o mundo. Assim, guiado por sinais, visita três continentes - Europa, África e Ásia -, lançando-se numa jornada através do tempo e do espaço, do passado e do presente, em busca de si mesmo.
Durante a viagem, o autor vai, pouco a pouco, saindo do seu isolamento, despindo-se do ego e do orgulho e abrindo-se à amizade, ao amor, à fé e ao perdão, sem medo de enfrentar os desafios inerentes à vida.
Ao longo do caminho, são muitas as pessoas com quem se encontra, desde leitores ávidos a desconhecidos intrigantes e muitos os locais que visita.
Da mesma maneira que o pastor Santiago em "O Alquimista", o autor descobre que é preciso percorrer grandes distâncias para conseguir compreender aquilo que nos é mais próximo. A peregrinação faz com que se sinta vivo novamente, capaz de ver o mundo com os olhos de uma criança e de encontrar Deus nos pequenos gestos quotidianos.
O livro chama-nos à reconciliação connosco, tal como já havíamos experimentado com a leitura de "O Alquimista". "Viver é experimentar e não ficar a pensar no sentido da vida", é uma das frases que atesta bem o espírito desta obra. Recomenda-se para quem procura uma leitura profunda e aberta à reflexão.»
Algarve Vivo

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Conselhos de Paulo Coelho para quem viaja

Agora que vai finalmente de férias de verão, siga alguns dos conselhos que Paulo Coelho tem para dar a todos os viajantes. Aqui.

quarta-feira, 13 de julho de 2011

terça-feira, 14 de junho de 2011

Paulo Coelho incentiva a autopirataria

Num artigo escrito para o jornal Folha de São Paulo, Paulo Coelho defende a importância da pirataria para a difusão dos seus livros. No seu texto, o autor salienta que a circulação livre da sua obra permite difundir ideias e que isso acaba por gerar mais receita. Paulo Coelho mantém aliás um site de pirataria dos seus livros - Pirate Coelho. A razão por que o autor decidiu disponibilizar os seus livros deve-se ao facto de na Rússia a falta de papel ter impedido a reedição da sua obra. Quando finalmente foi reeditada naquele país, as vendas bateram todas as expectativas com mais de um milhão de exemplares vendidos.
Paulo Coelho considera ainda que os países que implementarem regras cada vez mais restritivas para prevenir a pirataria irão sofrer com perdas de vendas ainda maiores, num mundo cada vez mais competitivo. O autor defende que «repressão não é a resposta, e sim usar o que a tecnologia tem de bom para promover o que a literatura tem de melhor.»

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Entrevista de Paulo Coelho ao Correio da Manhã

«Paulo Coelho: “Quero relatar o que vivo”

Paulo Coelho lança ‘O Aleph’ em Portugal a 11 de Fevereiro. O livro conta uma viagem na Rússia

O escritor de língua portuguesa mais vendido em todo o Mundo regressa aos escaparates com ‘O Aleph’. O livro conta as experiências que Paulo Coelho, de 63 anos, viveu em 2006, quando uma crise de fé o levou a viajar no Transiberiano, o comboio que liga Moscovo ao Pacífico. Retomando um título de Jorge Luis Borges, o autor, membro da Academia Brasileira de Letras, narra o encontro com uma jovem russa, que o fez regressar a uma vida passada para resolver um problema que o atormentava desde 1492. O relato íntimo da viagem mostra uma forma muito especial de viver a espiritualidade.

EXPERIÊNCIAS
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- ‘O Aleph’ fala de si e das pessoas que lhe são mais próximas com grande detalhe. Custou-lhe expor em livro a sua intimidade e a das pessoas que o rodeiam?
- Todos os meus livros reflectem a minha vida de alguma maneira. Mesmo que às vezes o façam de uma forma metafórica. No caso de ‘O Aleph’, eu não saberia escrever referindo apenas o lado da minha busca espiritual. Ela está associada ao meu comportamento como ser humano, e isso passa pelas pessoas que me envolvem. Falo das minhas dúvidas, de todas essas coisas. Por isso é que resolvi falar de uma maneira muito natural. Escrever foi rápido, o difícil foi absorver as experiências por que eu passei.
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- Diz que "os adultos não têm tempo de sonhar – lutam das 8 da manhã às 5 da tarde (...) enfrentando aquilo que todos nós conhecemos por ‘dura realidade’". É seu objectivo despertar os seus leitores deste torpor?
- O meu objectivo quando escrevo não é despertar ninguém. O que pretendo é despertar-me a mim mesmo. Não é um livro que queira ensinar alguma coisa, quero antes partilhar experiências. Não acho que eu possa ajudar alguém, quero apenas relatar aquilo que eu vivo.
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- O que é feito da Hilal (a jovem russa que Coelho conhece no comboio). Mantêm contacto?
- Estive em Portugal com ela, logo depois da viagem no Transiberiano, quando lancei ‘A Bruxa de Portobello’. Ela veio comigo à Áustria e a Barcelona e acompanhou-me a Portugal. Estivemos juntos em Lisboa, encontrávamo-nos todos os dias e íamos caminhar. Despedi-me dela em Portugal e depois nunca mais a vi. Quando estava a escrever o livro ela enviou-me dois e-mails, mas já não nos falávamos há anos. Só lhe falei do livro quando ficou pronto.
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- Voltou a ter crises de fé?
- Tenho, mas não com aquela gravidade [de 2006]. Todo o mundo tem crises, se não as tiver é porque também não tem muita fé. A crise é sempre uma provocação, não no sentido de negação mas de questionamento do caminho.
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- Como é que concilia a sua fé católica com esse lado mais espiritual e esotérico, que inclui regressões a vidas passadas e contactos com espíritos?
- A fé é uma construção muito pessoal. A religião é uma escolha. A minha religião, por escolha, é a católica, mas a minha fé, a minha busca espiritual, eu não posso transferir para a Igreja. Até porque não apoio tudo o que o Papa actual tem dito. O esoterismo não tem nada a ver com nada, é uma palavra vazia. É apenas um rótulo que a imprensa inventou para classificar o meu trabalho.
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- Voltou a encontrar um ‘Aleph’ ou a cruzar-se com alguém que os reconheça?
- Não. Recebi muitos e-mails do Brasil, onde o livro saiu em primeiro lugar, de pessoas que tiveram as mesmas experiências. Mas nunca mais encontrei pessoalmente alguém com quem tenha vivido outro ‘Aleph’.
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- Quando vem a Portugal?
- Espero ir a Portugal em breve, estou com muitas saudades. Ainda esta semana falei com a minha mulher sobre isso, estou com muita vontade de ir aí. Conheço muito bem o país.
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EXCERTOS DE ‘O ALEPH’, O NOVO LIVRO DE PAULO COELHO. A VIAGEM DE COMBOIO PELA SIBÉRIA ABRIU CAMINHO PARA VIDAS PASSADAS
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"Quando tinha 22 anos, comecei a dedicar-me à aprendizagem de magia. Passei por diversos caminhos, andei à beira do abismo durante anos importantes, escorreguei e caí, desisti e voltei. Imaginava que, quando chegasse aos 59 anos, estaria perto do paraíso e da tranquilidade absoluta que penso ver nos sorrisos dos monges budistas. Pelo contrário, parece que estou mais distante que nunca. Não estou em paz; uma vez por outra entro em grandes conflitos comigo mesmo, que podem durar meses." [...]
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"Paulo Coelho – Tenho muitas dúvidas. E as maiores são as dúvidas que tenho em relação à minha fé – insisto.
J. – Óptimo. É a dúvida que impele o homem a avançar."[...]
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"Estou a olhar para a luz, para um lugar sagrado, e uma onda vem na minha direcção, enchendo-me de paz e amor, embora essas duas coisas quase nunca andem juntas. Estou a ver-me a mim mesmo, mas ao mesmo tempo estão ali os elefantes com trombas erguidas em África, os camelos no deserto, as pessoas a conversar num bar de Buenos Aires, um cão que atravessa a rua, o pincel que se move nas mãos de uma mulher que está prestes a terminar um quadro com uma rosa, neve a derreter-se numa montanha na Suíça, monges entoando cânticos exóticos, um peregrino a chegar diante da igreja de Santiago, um pastor com as suas ovelhas, soldados que acabam de despertar e se preparam para a guerra, os peixes no oceano, as cidades e as florestas do mundo – tudo tão claro e tão gigantesco, tão pequeno e tão suave. Estou no Aleph, o ponto onde tudo está no mesmo lugar ao mesmo tempo." [...]
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"Hilal – Eu sabia – diz ela. – Eu sabia que te conhecia. Eu sabia desde que vi pela primeira vez uma fotografia tua. É como se tivéssemos de nos encontrar de novo em algum momento desta vida. Comentei com amigos e amigas, que disseram que eu estava a delirar, que milhares de pessoas devem dizer a mesma coisa sobre milhares de outras pessoas todos os dias. Eu achei que tinham razão, mas a vida… a vida trouxe-te até onde eu estava." [...]
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"Não dá para explicar o Aleph, como tu mesma viste. Mas na tradição mágica ele apresenta--se de duas maneiras. A primeira delas é um ponto no Universo que contém todos os outros pontos, presentes e passados, pequenos ou grandes. Geralmente descobrimo-lo por acaso, como aconteceu no comboio. Para que isso aconteça, a pessoa – ou as pessoas – tem de estar no lugar físico onde ele se encontra. A isso chamamos pequeno Aleph.
O grande Aleph ocorre quando duas ou mais pessoas que têm algum tipo de afinidade muito grande se encontram por acaso no pequeno Aleph. Estas duas energias diferentes completam-se e provocam uma reacção em cadeia "[...]. »

Correio da Manhã, Fevereiro de 2011